Seria a “CLT” Americana?

Recentemente estava lendo um relatório do banco Goldman Sachs, e fiquei surpreso com as relevantes ponderações feitas pela instituição financeira, sobre os movimentos de demissões em massa, altos índices de greves e baixa adesão as vagas de empregos no território americano, como, por exemplo, uma fabricante de tratores, que registrou em 2021, sua primeira greve em 39 anos.

Esse movimento “antitrabalho” tem ganhado forças nos Estados Unidos durante a pandemia e pode estar por trás da falta de trabalhadores no país.

O movimento vem ganhando força, e pode resultar em uma espécie de “CLT” americana, tendo em vista que o país quase não possui legislação “trabalhista”.

Inicialmente o Governo americano, argumentou que a baixa aderência da população as vagas de emprego, se deram em decorrência da ajuda emergencial disponibilizada pelo Governo durante a pandemia da Covid-19.

Contudo, tal ajuda chegou ao fim em dezembro de 2021, e a baixa adesão aos empregos pelos trabalhadores continua, pois, muitos deixaram seus empregos devido às condições “toxicas” de trabalho, superiores que rotineiramente humilhavam funcionários em público, convocações para trabalho no dia do velório de companheiros, filhos, pais ou no dia do próprio casamento do funcionário.

Em um caso que me chamou a atenção, o funcionário foi advertido por ir ao banheiro 2 vezes em uma jornada de cinco horas. (Isso aqui no Brasil dava um dano moral lindo)

O x da questão, é que os trabalhadores mesmo precisando do dinheiro, estão optando por ficar desempregados do que aceitar empregos com baixos salários e zero garantias, e para melhorar a situação das empresas, os sindicados norte americanos em 2021 tiveram uma alta histórica de popularidade entre a população americana, chegando a 68% de aprovação.

Estou compartilhando essas informações com vocês, pois, conheço diversos críticos da justiça do trabalho brasileira, que argumentam sempre que “nos Estados Unidos não tem CLT”, contudo esse movimento pode ser a chave para mudanças profundas no capitalismo local norte-americano, demonstrando a importância do reconhecimento do trabalhador até mesmo na maior economia do mundo.

Já ouviram falar sobre isso?

Qual a sua opinião?